O Porquê de não realizarmos o Almada Fashion



 

Comerciantes de nervos em franja com multas
de empresa municipal


por ROBERTO DORES, SETÚBAL03 Fevereiro 2011


Os comerciantes de Almada acusam a Ecalma, empresa responsável pela gestão do trânsito e estacionamento, de um excesso de zelo que está a deixar o centro da cidade às "moscas". Os lojistas dizem que além da mão pesada ao nível das multas, mesmo que o automobilista se atrase breves minutos para além do que está pago, sucedem-se os casos de reboque de viaturas estacionadas nos parques, quando é detectada falta de pagamento. "Como é que rebocam um carro que não está a perturbar o trânsito? Somos nós os grandes prejudicados", alerta o presidente da delegação de Almada da Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal, Gonçalo Paulino.

É que sem alternativa para estacionar gratuitamente, os clientes estão a abandonar o centro de Almada, onde o comércio já regista prejuízos na ordem dos 20%, segundo a associação comercial. Já em 2009, após as limitações impostas ao trânsito na zona histórica, a associação estimava a quebra de 45 mil visitantes diários no centro da cidade, registando-se o encerramento de aproximadamente 30 lojas e a consequente perda de mais de cem postos de trabalho.

De lá para cá a situação agravou-se, assegura Marco Candeias, dando o exemplo do café onde trabalha, que já despediu duas pessoas. "Há cinco anos vendíamos mais de 50 sandes e hoje é raro chegarmos às 20", revela, assegurando que a crise mundial "não explica tudo, porque o Almada Forum tem cada vez mais gente", alerta, sabendo-se que a facturação aumentou 10% no último ano.

Mesmo em hora que em tempos seria de ponta, o centro de Almada parecia ontem um deserto na zona pedonal, mas onde afinal passam autocarros e metro, originando a ira dos lojistas. Pelas 13.00, os restaurantes e os cafés da Avenida D. Afonso Henriques estavam vazios. "Isto deixou de ser apetecível para as pessoas", explica Gonçalo Paulino, começando a constatar que já nem os estacionamentos na periferia têm afluência. "As pessoas não estão para pagar cada vez que querem parar o carro. Com estes constrangimentos no trânsito e a confusão nas acessibilidades as pessoas começaram a procurar outros sítios", insiste o dirigente, já com saudades dos dias em que havia défice de estacionamento para tanta procura.

O problema agudizou-se recentemente com o fim do apoio dado pela autarquia às tarifas dos parques para residentes, comerciantes e funcionários.






Almada

Comerciantes aplaudem encerramento das grandes superfícies aos domingos e feriados

28 04 2011 09.23H

Os comerciantes de Almada estão satisfeitos com o regulamento municipal dos horários do comércio, que encurta o período de funcionamento das grandes superfícies, mas lamentam a “falta de atratividade” e de “mobilidade” do centro histórico.
Destak/Lusa
destak@destak.pt

O projeto de regulamento municipal dos horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais, que será votado pela assembleia municipal até ao final da semana, estabelece que as grandes superfícies comerciais do concelho passam a ter que encerrar aos domingos e feriados depois das 13:00 entre 01 de janeiro e 31 de outubro.

Na sessão de quarta-feira da assembleia municipal (CDU) o vice-presidente da delegação de Almada da associação de comércio e serviços do distrito de Setúbal, Nuno Miguel Oliveira, considerou que o regulamento é “um sinal claro de coragem, que vai ao encontro das reivindicações dos comerciantes, uma medida de justiça social básica”, e “uma salvaguarda dos direitos dos trabalhadores”.

Na perspetiva da presidente da câmara, Maria Emília de Sousa (CDU), o regulamento em causa é produto de uma “ação coerente”: “Não alinhámos pela corrente que advoga a liberalização dos horários das grandes superfícies. Entendemos que não estamos a prejudicar ninguém e que estamos a defender o comércio local e os trabalhadores”, afirmou.

Apesar do aplauso a este projeto, os comerciantes sublinharam o seu descontentamento para com a situação do centro histórico da cidade, “há anos com fracos atrativos e falta de mobilidade”.

O plano de mobilidade em vigor, argumentaram, “não funciona e tem que mudar”: “Desde o início das obras para construção do Metro Sul do Tejo (MST) a associação contabilizou 240 lojas fechadas e cerca de 700 trabalhadores sem emprego”, afirmou o presidente, Gonçalo Paulino.

Por outro lado, acrescentou, “não há dados sobre os benefícios causados à cidade pelo encerramento do eixo canal”.

Gonçalo Paulino afirmou ainda que os comerciantes “aguardam resposta à maior parte das questões colocadas à empresa municipal de estacionamento (ECALMA), de quem esperam mais colaboração e tolerância, quer em relação aos comerciantes, quer em relação aos clientes do comércio local”.

Às críticas a autarca respondeu dizendo que “em Almada as coisas não se fazem de forma aleatória, mas em resposta ao cumprimento de objetivos estratégicos”.

Maria Emília de Sousa lembrou ainda que, “por exemplo, o traçado do MST foi coordenado em sede de Plano Diretor Municipal no sentido de poder servir o centro administrativo entre o Laranjeiro e Cacilhas, ajudando ao seu desenvolvimento, e não [para chegar ao] Almada Fórum”.



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